"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo. Esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia. E se não ousamrmos fazê-la, teremos ficado para sempre a margem de nós mesmos" Fernando Pessoa.
sábado, 20 de março de 2010
Dilma sobe e saúde cai !
São Paulo - A pré-candidata do PT, ministra Dilma Rousseff, teve crescimento nas intenções de voto. Segundo pesquisa CNI/Ibope, Dilma subiu de 17% na amostra de novembro para 30% no levantamento divulgado hoje. O presidenciável do PSDB, governador José Serra, registrou queda, passando de 38% no levantamento anterior para 35% na leitura divulgada ontem. Portanto, a diferença entre os dois candidatos caiu para cinco pontos percentuais, fazendo com que o percentual de intenções de voto para Dilma encoste no candidato tucano José Serra.
O levantamento foi feito entre os dias 6 e 10 de março. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.
A pesquisa mostra o deputado federal Ciro Gomes (CE), pré-candidato do PSB, com 11%; e a pré-candidata do PV, senadora Marina Silva (AC), com 6%. Na pesquisa anterior do CNI/Ibope, divulgada em dezembro de 2009, Ciro tinha 13% e Marina, 6%.
Do total de entrevistados (2.002), 10% disseram que vão votar branco, nulo ou em nenhum dos candidatos e 8% informaram que não sabem ou não responderam à pesquisa.
No cenário de segundo turno, numa eventual disputa entre Serra e Dilma, o governador paulista lidera com 44% das intenções de voto e a ministra da Casa Civil aparece com 39%. De acordo com o CNI/Ibope, a pré-candidata do PV, Marina Silva, registra o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis, com 31%, enquanto o governador paulista tem o menor índice de rejeição, com 25%.
Os demais presidenciáveis aparecem com os seguintes índices de rejeição: Dilma com 27%; Ciro, com 28%. Na pesquisa anterior, Dilma tinha a maior rejeição entre os pré-candidatos, com 41%, seguida de Marina, com 40%; Ciro, 33% e Serra, 29%. A pesquisa CNI/Ibope está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob protocolo nº 5.429/2010.
A Pesquisa CNI/Ibope mostra que mais da metade dos brasileiros - 53% - prefere votar em um candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outros 10% preferem votar em um candidato da oposição e um terço - 33% - afirmam que não levarão a posição do presidente em conta quando forem dar seu voto na próxima eleição presidencial.
Intenções de votos
No Nordeste, entre os que ganham até um salário mínimo por mês, o peso do apoio do presidente Lula atinge um patamar ainda mais alto: 69% dizem preferir votar no candidato apoiado por Lula. Este peso é menor para os eleitores de maior escolaridade e renda.
Entre os que têm curso superior e votam no Nordeste, 38% votariam no candidato de Lula . Entre os que ganham mais de 10 salários mínimos por mês, este índice fica em 34%.
Na pesquisa estimulada, Dilma Roussef tem 39% dos votos no Nordeste. O governador José Serra tem 25%. No Sul e Sudeste, Serra fica à frente de Dilma, com 36% e 40% dos votos, respectivamente. Dilma, por sua vez, tem 34% das intenções de voto no Sul e 25% no Sudeste. No Norte e no Centro-Oeste, Serra fica com 41% e Dilma com 26%.
Para diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi, o crescimento de Dilma Roussef nesta pesquisa está relacionado ao fato de ela estar sendo apresentada como candidata oficial do presidente Lula.
Serra
O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, minimizou o crescimento da ministra Dilma Rousseff na pesquisa CNI/Ibope. Em conversa com internautas no Twitter, Guerra disse que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), se manteve "estável" na pesquisa porque não faz campanha eleitoral antecipada - ao contrário do que declara ocorrer com a pré-candidata petista. "Nós mantivemos uma posição estável com um governador em São Paulo, sem andar pelo Brasil, sem aparecer nas redes de TV, senão governando seu próprio Estado. O governador tomou essa decisão de governar São Paulo. Essa decisão não foi fácil de manter. O Serra operou esse tempo todo como governador. Não operou como candidato", afirmou.
Saúde entre as áreas desaprovadas do governo federal
A pesquisa CNI/Ibope mostrou que a maioria dos entrevistados desaprova o governo federal em três de nove áreas avaliadas: saúde, segurança pública e impostos. Em outras cinco - combate à fome, meio ambiente, educação, combate ao desemprego e combate à inflação -, a maioria aprova o desempenho governamental.
"Saúde, segurança pública e imposto são áreas mais presentes no cotidiano das pessoas, para as quais a população já tem uma expectativa formada, mas a opinião é mais difusa, já que são setores que também têm participação de Estados e municípios", afirmou o diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi.
No caso da política de saúde, embora a desaprovação tenha caído (de 57% para 51%), a maioria entre os que souberam responder ainda não considera boa a atuação do governo. A aprovação subiu de 41% para 47%. Na segurança pública, a aprovação também melhorou (de 38% para 44%) e a desaprovação caiu (59% para 52%), mas ainda é maioria. O item impostos é aquele em que o governo tem maior desaprovação: 54%, ante 55% na pesquisa anterior, de novembro. O porcentual de aprovação caiu de 39% para 37%.
Em outras áreas o governo foi melhor, como o combate à fome e à pobreza (69% de aprovação), educação (62%), meio ambiente (58%), combate ao desemprego (60%), combate à inflação (55%) e taxa de juros (46%). Neste último item, embora o porcentual seja menor que 50%, é um pouco maior que o dos que desaprovam a política de juros do governo, 44%.
O levantamento foi feito entre os dias 6 e 10 de março. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.
A pesquisa mostra o deputado federal Ciro Gomes (CE), pré-candidato do PSB, com 11%; e a pré-candidata do PV, senadora Marina Silva (AC), com 6%. Na pesquisa anterior do CNI/Ibope, divulgada em dezembro de 2009, Ciro tinha 13% e Marina, 6%.
Do total de entrevistados (2.002), 10% disseram que vão votar branco, nulo ou em nenhum dos candidatos e 8% informaram que não sabem ou não responderam à pesquisa.
No cenário de segundo turno, numa eventual disputa entre Serra e Dilma, o governador paulista lidera com 44% das intenções de voto e a ministra da Casa Civil aparece com 39%. De acordo com o CNI/Ibope, a pré-candidata do PV, Marina Silva, registra o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis, com 31%, enquanto o governador paulista tem o menor índice de rejeição, com 25%.
Os demais presidenciáveis aparecem com os seguintes índices de rejeição: Dilma com 27%; Ciro, com 28%. Na pesquisa anterior, Dilma tinha a maior rejeição entre os pré-candidatos, com 41%, seguida de Marina, com 40%; Ciro, 33% e Serra, 29%. A pesquisa CNI/Ibope está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob protocolo nº 5.429/2010.
A Pesquisa CNI/Ibope mostra que mais da metade dos brasileiros - 53% - prefere votar em um candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outros 10% preferem votar em um candidato da oposição e um terço - 33% - afirmam que não levarão a posição do presidente em conta quando forem dar seu voto na próxima eleição presidencial.
Intenções de votos
No Nordeste, entre os que ganham até um salário mínimo por mês, o peso do apoio do presidente Lula atinge um patamar ainda mais alto: 69% dizem preferir votar no candidato apoiado por Lula. Este peso é menor para os eleitores de maior escolaridade e renda.
Entre os que têm curso superior e votam no Nordeste, 38% votariam no candidato de Lula . Entre os que ganham mais de 10 salários mínimos por mês, este índice fica em 34%.
Na pesquisa estimulada, Dilma Roussef tem 39% dos votos no Nordeste. O governador José Serra tem 25%. No Sul e Sudeste, Serra fica à frente de Dilma, com 36% e 40% dos votos, respectivamente. Dilma, por sua vez, tem 34% das intenções de voto no Sul e 25% no Sudeste. No Norte e no Centro-Oeste, Serra fica com 41% e Dilma com 26%.
Para diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi, o crescimento de Dilma Roussef nesta pesquisa está relacionado ao fato de ela estar sendo apresentada como candidata oficial do presidente Lula.
Serra
O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, minimizou o crescimento da ministra Dilma Rousseff na pesquisa CNI/Ibope. Em conversa com internautas no Twitter, Guerra disse que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), se manteve "estável" na pesquisa porque não faz campanha eleitoral antecipada - ao contrário do que declara ocorrer com a pré-candidata petista. "Nós mantivemos uma posição estável com um governador em São Paulo, sem andar pelo Brasil, sem aparecer nas redes de TV, senão governando seu próprio Estado. O governador tomou essa decisão de governar São Paulo. Essa decisão não foi fácil de manter. O Serra operou esse tempo todo como governador. Não operou como candidato", afirmou.
Saúde entre as áreas desaprovadas do governo federal
A pesquisa CNI/Ibope mostrou que a maioria dos entrevistados desaprova o governo federal em três de nove áreas avaliadas: saúde, segurança pública e impostos. Em outras cinco - combate à fome, meio ambiente, educação, combate ao desemprego e combate à inflação -, a maioria aprova o desempenho governamental.
"Saúde, segurança pública e imposto são áreas mais presentes no cotidiano das pessoas, para as quais a população já tem uma expectativa formada, mas a opinião é mais difusa, já que são setores que também têm participação de Estados e municípios", afirmou o diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi.
No caso da política de saúde, embora a desaprovação tenha caído (de 57% para 51%), a maioria entre os que souberam responder ainda não considera boa a atuação do governo. A aprovação subiu de 41% para 47%. Na segurança pública, a aprovação também melhorou (de 38% para 44%) e a desaprovação caiu (59% para 52%), mas ainda é maioria. O item impostos é aquele em que o governo tem maior desaprovação: 54%, ante 55% na pesquisa anterior, de novembro. O porcentual de aprovação caiu de 39% para 37%.
Em outras áreas o governo foi melhor, como o combate à fome e à pobreza (69% de aprovação), educação (62%), meio ambiente (58%), combate ao desemprego (60%), combate à inflação (55%) e taxa de juros (46%). Neste último item, embora o porcentual seja menor que 50%, é um pouco maior que o dos que desaprovam a política de juros do governo, 44%.
sábado, 13 de março de 2010
Os EUA estão doentes !

BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS - PUBLICADO POR CARTA CAPITAL
Os EUA são o único país do mundo desenvolvido em que a saúde foi transformada em mercadoria e o seu provimento entregue ao mercado privado das seguradoras. Os resultados são assustadores. 49 milhões de cidadãos não têm seguro de saúde e 45 mil morrem por ano por falta dele. Boaventura de Sousa Santos
Em sentido metafórico, a sociedade norte-americana está doente por muitas razões. Há mais de trinta de anos passo alguns meses por ano nos EUA e tenho observado uma acumulação progressiva de "doenças", mas não é delas que quero escrever hoje. Hoje escrevo sobre doença no sentido literal e faço-o a propósito da reforma do sistema de saúde em discussão final no Congresso. As lições desta reforma para o nosso país são evidentes. Os EUA são o único país do mundo desenvolvido em que a saúde foi transformada em mercadoria e o seu provimento entregue ao mercado privado das seguradoras. Os resultados são assustadores. Gastam por ano duas vezes mais em despesas de saúde que qualquer outro país desenvolvido e, apesar disso, 49 milhões de cidadãos não têm qualquer seguro de saúde e 45 mil morrem por ano por falta dele. Mais, a cada passo surgem notícias aterradoras de pessoas com doenças graves a quem as seguradoras cancelam os seguros, a quem recusam pagar tratamentos que lhes poderiam salvar a vida ou a quem recusam vender o seguro por serem conhecidas as suas — condições pré-existentes“, ou seja, a probabilidade de virem necessitar de cuidados de saúde dispendiosos no futuro.
A perversidade do sistema reside em que os lucros das seguradoras são tanto maiores quanto mais gente da classe média baixa ou trabalhadores de pequenas e médias empresas são excluídos, ou seja, grupos sociais que não aguentam constantes aumentos dos prémios de seguro que nada têm a ver com a inflação. No meio de uma grave crise econômica e alta taxa de desemprego, a seguradora Anthem Blue Cross - que no ano passado declarou um aumento de 56% nos seus lucros - anunciou há semanas uma alta de 39% nos preços na Califórnia, o que provocaria a perda do seguro para 800.000 pessoas. A medida foi considerada criminosa e escandalosa por alguns membros do Congresso.
Por todas estas razões, há um consenso nos EUA de que é preciso reformar o sistema de saúde, e essa foi uma das promessas centrais da campanha de Barack Obama. A sua proposta assentava em duas medidas principais:criar um sistema público, financiado pelo Estado, que, ainda que residual, pudesse dar uma opção aos que não conseguem pagar os seguros; regular o sector de modo que os aumentos dos planos não pudessem ser decididos unilateralmente pelas seguradoras. Há um ano que a proposta de lei tramita no Congresso e não é seguro que a lei seja aprovada até à Páscoa, como pede o Presidente. Mas a lei que será aprovada não contém nenhuma das propostas iniciais de Obama. Pela simples razão de que o lobby das seguradoras gastou 300 milhões de euros para pagar aos congressistas encarregados de elaborar a lei (para as suas campanhas, para as suas causas e, afinal, para os seus bolsos). Há seis lobistas da área de saúde registrados por cada membro do Congresso. Lobby é a forma legal do que no resto do mundo se chama corrupção. A proposta, a ser aprovada, está de tal modo desfigurada que muitos setores progressistas (ou seja, setores um pouco menos conservadores) pensam que seria melhor não promulgar a lei. Entre outras coisas, a leib "entrega" às seguradoras cerca de 30 milhões de novos clientes sem qualquer controle sobre o montante dos planos. Os EUA estão doentes porque a democracia norte-americana está doente.
Que lições? Primeiro, é um crime social transformar a saúde em mercadoria. Segundo, uma vez dominantes no mercado, as seguradoras mostram uma irresponsabilidade social assustadora. São responsáveis perante os acionistas, não perante os cidadãos. Terceiro, têm armas poderosas para dominar os governos e a opinião pública. Em Portugal, convém-lhes demonizar o SNS só até ao ponto de retirar dele a classe média, mais sensível à falta de qualidade, mas nunca ao ponto de o eliminar pois, doutro modo, deixariam de ter o "caixote do lixo" para onde atirar os doentes que não querem.Os mais ingênuos ficam perplexos perante os prejuízos dos hospitais públicos e os lucros dos privados. Não se deram conta de que os prejuízos dos hospitais públicos, por mais eficientes que sejam, serão sempre a causa dos lucros dos hospitais privados.
Os EUA são o único país do mundo desenvolvido em que a saúde foi transformada em mercadoria e o seu provimento entregue ao mercado privado das seguradoras. Os resultados são assustadores. 49 milhões de cidadãos não têm seguro de saúde e 45 mil morrem por ano por falta dele. Boaventura de Sousa Santos
Em sentido metafórico, a sociedade norte-americana está doente por muitas razões. Há mais de trinta de anos passo alguns meses por ano nos EUA e tenho observado uma acumulação progressiva de "doenças", mas não é delas que quero escrever hoje. Hoje escrevo sobre doença no sentido literal e faço-o a propósito da reforma do sistema de saúde em discussão final no Congresso. As lições desta reforma para o nosso país são evidentes. Os EUA são o único país do mundo desenvolvido em que a saúde foi transformada em mercadoria e o seu provimento entregue ao mercado privado das seguradoras. Os resultados são assustadores. Gastam por ano duas vezes mais em despesas de saúde que qualquer outro país desenvolvido e, apesar disso, 49 milhões de cidadãos não têm qualquer seguro de saúde e 45 mil morrem por ano por falta dele. Mais, a cada passo surgem notícias aterradoras de pessoas com doenças graves a quem as seguradoras cancelam os seguros, a quem recusam pagar tratamentos que lhes poderiam salvar a vida ou a quem recusam vender o seguro por serem conhecidas as suas — condições pré-existentes“, ou seja, a probabilidade de virem necessitar de cuidados de saúde dispendiosos no futuro.
A perversidade do sistema reside em que os lucros das seguradoras são tanto maiores quanto mais gente da classe média baixa ou trabalhadores de pequenas e médias empresas são excluídos, ou seja, grupos sociais que não aguentam constantes aumentos dos prémios de seguro que nada têm a ver com a inflação. No meio de uma grave crise econômica e alta taxa de desemprego, a seguradora Anthem Blue Cross - que no ano passado declarou um aumento de 56% nos seus lucros - anunciou há semanas uma alta de 39% nos preços na Califórnia, o que provocaria a perda do seguro para 800.000 pessoas. A medida foi considerada criminosa e escandalosa por alguns membros do Congresso.
Por todas estas razões, há um consenso nos EUA de que é preciso reformar o sistema de saúde, e essa foi uma das promessas centrais da campanha de Barack Obama. A sua proposta assentava em duas medidas principais:criar um sistema público, financiado pelo Estado, que, ainda que residual, pudesse dar uma opção aos que não conseguem pagar os seguros; regular o sector de modo que os aumentos dos planos não pudessem ser decididos unilateralmente pelas seguradoras. Há um ano que a proposta de lei tramita no Congresso e não é seguro que a lei seja aprovada até à Páscoa, como pede o Presidente. Mas a lei que será aprovada não contém nenhuma das propostas iniciais de Obama. Pela simples razão de que o lobby das seguradoras gastou 300 milhões de euros para pagar aos congressistas encarregados de elaborar a lei (para as suas campanhas, para as suas causas e, afinal, para os seus bolsos). Há seis lobistas da área de saúde registrados por cada membro do Congresso. Lobby é a forma legal do que no resto do mundo se chama corrupção. A proposta, a ser aprovada, está de tal modo desfigurada que muitos setores progressistas (ou seja, setores um pouco menos conservadores) pensam que seria melhor não promulgar a lei. Entre outras coisas, a leib "entrega" às seguradoras cerca de 30 milhões de novos clientes sem qualquer controle sobre o montante dos planos. Os EUA estão doentes porque a democracia norte-americana está doente.
Que lições? Primeiro, é um crime social transformar a saúde em mercadoria. Segundo, uma vez dominantes no mercado, as seguradoras mostram uma irresponsabilidade social assustadora. São responsáveis perante os acionistas, não perante os cidadãos. Terceiro, têm armas poderosas para dominar os governos e a opinião pública. Em Portugal, convém-lhes demonizar o SNS só até ao ponto de retirar dele a classe média, mais sensível à falta de qualidade, mas nunca ao ponto de o eliminar pois, doutro modo, deixariam de ter o "caixote do lixo" para onde atirar os doentes que não querem.Os mais ingênuos ficam perplexos perante os prejuízos dos hospitais públicos e os lucros dos privados. Não se deram conta de que os prejuízos dos hospitais públicos, por mais eficientes que sejam, serão sempre a causa dos lucros dos hospitais privados.
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