segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A importância da continuidade das REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE NO NORDESTE DE SANTA CATARINA


Há pouco mais de três anos, a Secretaria de Estado da Saúde, as Secretarias Municipais  de Saúde da região nordeste e do planalto norte catarinense, com o apoio do Ministério da Saúde vem “tecendo” a várias mãos, a Rede de Atenção à Saúde ( RAS ). Nesse período de muitas idas e vindas, avanços e tempo de espera, construímos parcerias muito importantes, tanto com os diversos serviços públicos existentes nessa região, passando pela Atenção Básica, Hospitais Privados-Filantrópicos de pequeno porte e hospitais de médio e grande porte. Esse processo iniciou-se tendo em vista a busca por um processo racional dos serviços de saúde existentes, assim como a concretização, principalmente pela dificuldade de acesso que os usuários do Sistema Único de Saúde ( SUS ) ainda enfrentam diariamente, em especial os habitantes do Planalto Norte catarinense.

Por que das REDES? Essa pergunta nos persegue principalmente porque entendemos a importância que essa formatação tem para a garantia de alguns princípios. Vamos tentar esclarecer alguns deles.

Mesmo tendo evoluído significativamente em alguns municípios, em especial os de médio e grande porte, o processo de REGULAÇÃO da oferta de serviços de saúde próprios ou contratualizados junto ao SUS, ainda encontramos assimetria de informações e na gestão dos mesmos, pois enquanto não estiverem coordenadas em REDES, atuando integrados na solução de problemas de saúde de nossa região, não teremos o sucesso desejado e perseguido. Sem isso certamente manteremos a perpetuação das consequências negativas, em especial dos elevados custos que os gestores se deparam ano a ano, nem sempre com a necessária e consequente melhoria de qualidade.

Na ausência dessa integração em REDES das unidades de saúde existentes, independente da sua complexidade, a população acaba procurando alternativas nem sempre adequadas para a solução de seus problemas, “batendo” nas portas principalmente das unidades de emergência, lotando os prontos-socorros dos hospitais, até porque a população tem a impressão, não necessariamente verdadeira, de que as mesmas são mais resolutivas, esvaziando em contrapartida as unidades básicas de saúde, ou outras de médio porte.

Nos últimos anos o governo federal tem incentivado financeiramente, a construção de Unidades de Pronto Atendimentos ( UPAs ), solução essa que tem trazido elevada eficácia, porém ainda temos que avançar muito em sua integração com outras unidades das redes de saúde locais, de complexidade diferentes, em especial as da Atenção Básica.

Outra fragilidade dos nossos serviços de saúde é a ausência do uso em massa das modernas tecnologias de informação, em especial o uso de prontuários eletrônicos, que poderiam integrar os processos de gestão da clínica. A ausência dessa importante ferramenta acaba muitas vezes aumentando os custos dos serviços prestados, assim com a dificuldade da detecção precoce de problema de saúde dos pacientes, principalmente pela repetição desnecessária de inúmeros exames realizados em outras unidades de saúde.

Enfim, a inexistência das REDES não permite a economia de escala, levando a uma não racionalização do financiamento da saúde, ultimamente muito debatido em função da discussão no Congresso Nacional da Emenda Constitucional 29, e a criação ou não do novo imposto da saúde. Entendo que continuidade das discussões em busca da consolidação das REDES em nossa macrorregião é de vital importância para a qualidade dos serviços prestados e para melhorar a organização dos serviços existentes. Precisamos de mais recursos financeiros? Certamente que sim, mas isso não afasta o nosso compromisso enquanto gestores desse sistema, em melhorar em muito o nosso processo de gestão, porque senão a elevação anual dos percentuais investidos em saúde pelas prefeituras avançarão geometricamente, inviabilizando qualquer administração pública, percentual esse que gira na maioria dos municípios em mais de 20% dos recursos próprios.

A tarefa da administração pública é árdua, porém não podemos perder nosso foco, que hoje é a construção das REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE.

Nenhum comentário: