Mais uma vez nós brasileiros,
somos brindados com várias reportagens que falam de uma patologia endêmica que
assola nosso país. Estou falando da velha e conhecida CORRUPÇÃO. Digo velha
porque não é novidade que há muitos anos ela é motivo de indignação por parte
de aproximadamente 99% dos brasileiros com quem a gente conversa. Desde a minha
infância, lá se vão mais de 50 anos, quando a corrupção foi utilizada como um
dos pretextos para o golpe militar de 1964. Porém ela também simbolizou a busca
pela consolidação da nossa jovem democracia, quando do movimento pelo impeachment do presidente Fernando
Collor de Mello.
Em
se falando do nosso processo político atual, próximos das eleições municipais, somos
obrigados a pensar em algumas coisas, algumas delas já nossas velhas conhecidas
em rodas de discussão. É comum que a grande maioria dos escândalos envolvendo a
corrupção como pano de fundo, estejam envolvidos agentes públicos, como agora
na reportagem em que foram envolvidos alguns diretores de hospitais públicos do
Rio de Janeiro ou políticos e empreiteiros. Fico preocupado com a qualidade de
nossa jovem democracia, pois a corrupção degrada a legitimidade da mesma.
Alguns
pontos devem voltar a ser discutido entre eles a tão falada e que tão pouco
avançou que é a Reforma Política, com o foco especialmente na questão do
financiamento de campanhas eleitorais. Posso considerar também como outra nossa
fragilidade, a relação entre os três poderes da República, em especial a forma
como se conquista a maioria no Poder Legislativo. Eu sei que somente se
pensarmos nesses dois pontos, já temos assunto suficiente para muita discussão
e embates políticos, que envolvem inúmeros interesses.
Mais
por estranho que isso pareça apesar da opinião pública ser adversa a corrupção,
não vejo nenhuma mudança importante no comportamento eleitoral dos brasileiros.
Temos claramente a reeleição pelo Brasil afora, de diversos políticos com
suspeitas fortes de manter uma postura estranha aos princípios da moralidade
pública. Graças a mobilização da sociedade civil, aprovamos a Lei da Ficha
Limpa, onde parte dessa faxina vai ser realizada, apesar das idas e vindas de
ações no Judiciário.
Enfim,
mais uma vez esperamos que essas novas denúncias sejam usadas como ferramenta
para uma melhor compreensão dos processos que minam diariamente nossa vida
pública e enfraquece nossas instituições. Sendo assim se faz mister desvendar
os reais mecanismos efetivos da corrupção no Brasil. Não podemos baixar a
guarda pois esse fenômeno é muito complexo.
Douglas Calheiros Machado
Douglas Calheiros Machado
Nenhum comentário:
Postar um comentário