POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
O PT decidiu sobre a posição para o segundo turno. E como perfeita mulher de malandro, que gosta de apanhar (passe o machismo da expressão), optou por apoiar Kennedy Nunes. Ah... os petistas tiveram uma súbita amnésia, mas dou uma força: Kennedy Nunes é aquele cara que passou quatro anos a detonar Carlito Merss.
Mas nem há surpresa na decisão, porque o resultado já era esperado. O PT de Joinville não se decidiu por um apoio. Decidiu, isso sim, por uma rendição incondicional à tetodependência. Teto o quê? Sim... tetodependência. É a dependência que as pessoas têm dos cargos públicos. Ou vai dizer que o apoio a Kennedy Nunes tem a ver com ideias e projetos?
Leio a seguinte declaração de Eduardo Dalbosco no AN. Aliás, leio e fico arrepiado. “O governo do PMDB não teria espaço para nós. Num governo Kennedy, teríamos o espaço em aberto, em disputa. É um compromisso para que a gente não jogue fora o trabalho que fizemos nos últimos quatro anos”.
Ei, Eduardo Dalbosco, você não se esqueceu da terceira opção? Sim, aquela em que o PT permanecia fiel aos princípios que sempre defendeu. Ou seja, saía de cena com a cabeça erguida e começava um trabalho sério para ganhar as próximas eleições. E evitava essa coligação oportunista que joga o nome do partido na lama.
O chato é que o pessoal nem se preocupa em disfarçar. É tudo uma questão de “espaço” na administração pública. Parece que só não há espaço para a dignidade política e o respeito pelas ideias de esquerda. É puro fisiologismo. É puro interesse em manter uns carguinhos para a rapaziada. É a prova de que os caras já não conseguem viver sem a teta. Ah... maldita dependência.
É triste. O fato é que a tetodependência funciona como as drogas pesadas: o sujeito experimenta a teta pública, o corpo se habitua, a mente sucumbe... e aí já não tem como largar. Para sustentar o vício, perde a dignidade, engole sapos e, em casos como este, até é capaz de se prostituir. Para o viciado, vale tudo por um empreguinho público.
O fato é que os resultados da decisão do partido foram esclarecedores: 24 votos pela coligação com Kennedy, nove a favor do voto nulo e três pela liberação dos militantes. Aliás, não sei quem são esses três, mas imagino que devam ser remanescentes de um tempo em que o PT de Joinville era feito com ideias e ideais. Outros tempos.
Sem querer ser catastrofista, vou fazer o meu prognóstico: se Kennedy Nunes for eleito vai dar uma grandiosa merda. Já imaginaram os times de Kennedy Nunes, Marco Tebaldi e Carlito Merss tentando disputar a sombra de um mesmo guarda-chuva? Virgi... muito mais seguro dormir num ninho de cobras.
Ah... e para quem acha que a coisa não podia piorar para o PT de Joinville, pelo que vejo nas redes sociais o partido acaba de dar uma tremenda queimada no filme com os eleitores. Ninguém defende. Para terminar, vou usar o comentário da jornalista Shirlei Paterno que li no Facebook: “Já vi muita coisa nojenta em política, agora essa do PT joinvilense apoiar o Kennedy foi a pior de todas!”
P.S.: Fui informado, no início da tarde, que foram quatro votos pela liberação: três sindicalistas e um da Juventude. Menos mal, mas ainda muito mal.
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