domingo, 20 de julho de 2008

Vacina pneumocócica evitaria gastos públicos.


Cerca de 11 crianças morrem diariamente no Brasil em decorrência das meningites pneumocócicas e meningocócicas. No Rio de Janeiro, a cada 33 horas, uma criança menor de cinco anos vai a óbito em função de doenças pneumocócicas. No entanto, o governo ainda não inseriu a vacina pneumocócica conjugada 7-valente no Programa Nacional de Imunização (PNI), o que pouparia ao Estado do Rio, por exemplo, R$ 4 milhões ao ano em tratamentos. A vacina protege contra os sete tipos de pneumococos que causam mais freqüentemente infecções como pneumonia e meningite, bacteremia, otite e sinusite. Com isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que todas as crianças sejam vacinadas contra esta bactéria - afirma o pediatra pneumologista José Geraldo Leite Ribeiro, da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. As doenças pneumocócicas são as principais causas de morte de crianças menores de cinco anos de idade no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença é responsável por uma a cada 10 mortes infantis. No Brasil, cerca de 20%, 30% das crianças que contraem meningite peneumocócica morrem. E 40% das que sobrevivem têm seqüelas como perda auditiva, paralisia cerebral e epilepsia, complementa Leite Ribeiro. Os principais sintomas da meningite são febre alta, dor de cabeça e rigidez na nuca. A bacteremia, caracterizada pela presença de bactérias no sangue, pode não gerar sintomas nas crianças. A otite e sinusite causam febre e dor. Já a pneumonia caracteriza-se por tosse, febre, calafrios, falta de ar ou respiração rápida. Há quatro anos no mercado, a vacina é recomendada pelos pediatras, porém, o governo resiste em incluí-la no calendário oficial de vacinação devido a seu custo. Segundo o estudo PAE Brasil, realizado por pesquisadores e consultores da área médica, e patrocinado pelo laboratório Wyeth, a vacina é custo efetiva - ou seja, a imunização salva vidas e diminui hospitalizações e, conseqüentemente, os custos dos tratamentos para a saúde pública. A incorporação da vacina pneumocócica é uma questão política: falta prioridades por parte do Ministério da Saúde. “Em vez de pensarmos em custo, devemos pensar na saúde como um investimento, ainda mais se tratando de crianças.”, avalia Denizar Vianna, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). De acordo com a PAE, 20% de todos os gastos do Sistema Único de SaúdeItálico (SUS) com hospitalizações de crianças são devido à pneumonia. A dose custa em torno de R$ 250 reais, mas é mais benéfico para o governo inseri-la no calendário do que arcar com as despesas de um tratamento, ainda mais de crianças com seqüelas, defende a pediatra Christiane Madeira. Fonte: Jornal do Brasil

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