quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O uso da canaleta de ônbus pelos táxis.


O congestionamento viário é um fenômeno que vem a cada dia preocupando mais o cidadão joinvilense, isso não é privilégio só nosso, é claro. Além da dimensão pessoal (aborrecimentos), existe também e principalmente a ameaça a viabilidade econômica do nosso município. É claro que esse problema tem diversas facetas a serem atacadas, quais sejam: transporte público deficiente, impossibilidade do poder público em aumentar a capacidade viária em proporção equivalente ao crescimento e o uso da frota de automóveis particulares. Portanto a única forma efetiva de reduzir o congestionamento passa pela introdução de um sistema de transporte público de melhor qualidade que atraia os atuais usuários dos automóveis. Por isso precisamos melhorar os resultados da promoção da imagem do sistema de transporte coletivo, com qualidade, precisamos, por exemplo, instalar sistema de refrigeração de ar nos ônibus, pelo menos nas linhas mais movimentadas, aumentar o número de veículos disponíveis nos horários de pico, aumentar o número de ônibus articulados, reduzir o valor da passagem, disponibilizar de forma gratuita o acesso ao transporte coletivo nos domingos e feriados, entre outros mecanismos.
Nos últimos 20 anos, o aumento da frota de automóveis e a melhoria das redes rodoviárias transformou o estilo de vida dos brasileiros. Entretanto, o crescimento contínuo do uso do transporte privado apresenta uma ameaça na medida em que a poluição ambiental e o congestionamento desafiam a manutenção da prosperidade econômica e, por conseguinte, o próprio estilo de vida e as expectativas geradas pelo aumento da mobilidade. Como não existe a viabilidade indefinida de se desenvolver grandes programas de construção voltados para a expansão da rede viária para acomodar o crescimento do tráfego, a alternativa é gerar soluções para reduzir a demanda por viagens de automóvel e reforçar o uso do transporte coletivo.
Já as experiências práticas pelo mundo afora têm revelado que os usuários do automóvel se mostram avessos à transferência para o transporte coletivo quando medidas de restrição ao uso do automóvel não são acompanhadas pela oferta de um transporte coletivo de alta qualidade que contemple medidas de priorização na circulação viária.
Pessoalmente aprovei de imediato a criação das canaletas de ônibus em nossa cidade, pois sabia que essa é uma medida inteligente para melhorar a mobilidade na zona central de nossa cidade, agora a aprovação recente pelo Poder Executivo da liberação dessas canaletas para o uso de táxis, achei um contra-senso, pois a lógica da utilização da canaleta é coletiva e pública e não individual e privativa. Esclareço: quando liberamos a via exclusiva de ônibus para os táxis estamos sendo incoerentes, pois o serviço de táxi é de interesse particular, transporta normalmente uma ou no máximo duas pessoas em média por viagem. Que diferença então tem o táxi do carro particular? Nenhuma. Se a lógica é coletiva, e de interesse público, as canaletas deveriam ser utilizadas apenas pelos ônibus, polícia, bombeiros e SAMU, todos de interesse da coletividade como um todo. Se os táxis vão utilizar, como posso proibir então o uso pelas Vans que transportam em média 16 pessoas (estudantes na sua maioria)? Portanto: Estamos perdendo o foco da solução do problema e voltando novamente a priorizar o individual e esquecendo o interesse coletivo.

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