sexta-feira, 16 de novembro de 2007

ABORTO


Certamente nos próximos meses vamos discutir abertamente o tema Aborto. O atual ministro da saúde abriu este debate desde o início do seu mandato de forma a provocar a discussão séria de um problema que é um atentado à saúde pública, pois segundo dados do Ministério da Saúde, 200 mil curetagens são realizadas por ano devido a abortos mal sucedidos. Somente este dado já devia ser motivo mais do que suficiente para preocupar qualquer autoridade, independente de ser sanitária ou não. Entendo como profissional de saúde que a criminalização do aborto até a presente data não teve um efeito positivo, tendo o quantitativo de curetagens devido a abortos oficialmente conhecido de 200 mil/ano, com nenhum tipo de conseqüência legal, já demonstra o nosso cinismo em esconder o “sol com a peneira”, sendo a lei totalmente ineficaz como medida preventiva. Hoje sabemos que o aborto existe que é realizado por profissionais na sua grande maioria inescrupulosos, em condições degradantes, tendo como conseqüência muitas vezes, a morte da mulher, ou então deixando seqüelas psicológicas para o resto da vida. Isso tudo exceto se a mulher tiver condições financeiras suficientes para cobrir as despesas numa clínica particular. Porém não sabemos concretamente muito mais coisas para trabalhar de forma preventiva. Portando devemos deixar de lado as questões puramente religiosas e morais e de forma séria e madura discutir essa realidade cruel que sabemos existir, senão o que dizer dos medicamentos abortivos que são vendidos nos camelôs debaixo do nariz das autoridades, ou aquelas clínicas com condições precárias e insalubres que só não tem na fachada o título de abortiva que muitos conhecem e nada acontece. Vamos deixar de hipocrisia e ver o que é melhor para nosso país. Continuo a dizer: somos contra o aborto e daí, o que estamos fazendo para evitá-lo na prática?

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