sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O SUS E SEUS DESAFIOS !


Fica claro que o SUS apesar das inúmeras críticas que historicamente vem sofrendo por parte da mídia impressa, falada e televisada, e de uma parcela da própria população, tem muito para demonstrar, principalmente uma gama de números estratosféricos relativos a consultas ambulatoriais, internações, exames laboratoriais e de média e alta complexidade, transplantes rim, fígado, pulmão, córneas que aqui seria cansativo demonstrar. Lógico que após a promulgação da constituição de 1988, considerada como a Constituição Cidadã, ficou cada vez mais difícil para as Secretarias Municipais de Saúde, garantir todos os preceitos relativos aos direitos dos usuários do SUS, principalmente pela questão do financiamento. Portanto é atualíssima a questão do financiamento dos serviços de saúde. Quando se fala em dinheiro, temos que levar em consideração o fato da ineficiência no uso dos recursos financeiros. Esta ineficiência no meu entendimento não se dá apenas pela questão da corrupção tão em moda hoje em dia, mas temos que lembrar a ineficiência no tocante à utilização de tecnologias de ponta sem critérios técnicos adequados para a necessidade da população, encarecendo o tratamento de forma desnecessária, neste ponto somos brindados diariamente, e a própria população é instigada por programas televisivos semanais para realizar exames de última geração muitos ainda em fase de implantação na Europa ou nos Estados Unidos. Sabe-se que apenas 30 % das tecnologias disponíveis no mundo têm garantia de seu bom uso, o resto é lixo de luxo.Outro ponto de ineficiência no sistema de saúde é uma questão simples, porém de muita importância, que é o próprio cumprimento do horário contratual dos profissionais de saúde, pois entendemos que corrupção não é somente roubar dinheiro público durante as licitações para compra de alguma coisa, mas quando assinamos um contrato de trabalho de 40 horas e realizamos apenas 20 horas semanais, isso também é corrupção, porém disfarçada. Outra questão que afeta diretamente os serviços de saúde são as conseqüências que acabam sobrando para o SUS, tais como as vítimas da violência no trânsito, os usuários de bebidas alcoólicas, tão ampla e abertamente divulgadas nos meios de comunicação, enfim todas seriam políticas que se redirecionadas refletiriam positivamente nos serviços dos serviços de saúde. Tudo isso faz parte da saúde da população, porém a imprensa só divulga os pacientes acumulados nas portas dos serviços de urgência/emergência, assim como a falta de medicamentos e consultas médicas na rede ambulatorial. Isso tudo é apenas problemas cosméticos, quero dizer problemas visíveis, e não a essência de nossos problemas do dia a dia. Enfim, não queremos um SUS pobre para pobre, porém temos que lutar por um sistema de saúde compatível com nossa realidade, sem excessos e decisões que privilegiem apenas uma parcela mínima da população.

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