sexta-feira, 28 de março de 2008

Prefeito politiza mortes


O prefeito Cesar Maia (DEM), do Rio de Janeiro, enviou e-mail à Folha (25/3) eximindo a prefeitura de responsabilidade na maioria das mortes por dengue, ao contabilizar os óbitos em hospitais municipais, estaduais, federais e particulares: “Só uma ocorreu em hospital municipal — a de um menino de 6 anos”, afirmou. Para o governador Sérgio Cabral, "contabilizar óbitos em hospitais municipais ou estaduais é uma falta de respeito à população”, disse. “No Rio, um grande problema foi a falta de prevenção, e o trabalho preventivo é tipicamente municipal".
Cesar Maia ainda ironizou as tendas de hidratação criadas pelo governo do estado e ofendeu o ministro José Gomes Temporão. "Ele continua fazendo política. Ele foi meu sub-secretário de saúde em 2001 quando ocorreu o ressurgimento da dengue depois de anos. E foi demitido por incompetência e preguiça. Continua o mesmo falastrão de sempre".
Temporão não respondeu às agressões do prefeito. Mas o colunista Cláudio Humberto, insuspeito porque habitualmente critica o ministro, esclareceu em 26/3 que “não foi bem assim” que as coisas aconteceram em 2002: Cesar Maia demitiu, na verdade, o então secretário de Saúde, Sergio Arouca — que vinha protestando contra a falta de recursos para o controle da dengue. Temporão, seu subsecretário, braço direito e tocador dos projetos, saiu junto.

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